Quem assistiu aos jogos do Vila Izabel, de Osasco, na Copa Kaiser 2012 viu em campo um jogador magro, de altura mediana, mas exibindo muita classe em campo. Ainda com o físico dos tempos em que defendeu Santos e São Paulo, o ex-volante Axel tem função dupla a cada vez que joga uma partida na principal competição do futebol de várzea da cidade de São Paulo.
Estrela dos times que defende, ele aproveita as aventuras pelos terrões paulistanos para garimpar talentos. “Além de jogar na várzea, aproveito também para observar alguns jogadores. É claro que o nível do futebol não é o mesmo, mas muita gente que joga aqui poderia ser profissional”, conta o ex-jogador de 42 anos.
Axel trabalha, desde o ano passado, no Jabaquara, onde é o coordenador das categorias de base. Para o buscar talentos nos campos da Copa Kaiser, porém, ele esbarra em um problema: o custo. “Quando eu escolhi ser jogador, não tive de abrir mão de muita coisa. Para esses garotos da várzea, na maioria das vezes, é preciso fazer uma aposta. Esses jogadores recebem para jogar. Uma quantia a cada jogo e ainda luvas para assinar com os times. Se forem para o futebol profissional, as coisas seriam diferentes. Você recebe menos no começo, para ganhar mais no futuro. Você precisa investir”, diz o veterano.
O ex-volante exerce a função de caça-talentos há dois anos, quando chegou ao Jabaquara. Primeiro, foi contratado para ser técnico das equipes sub15 e sub17. Agradou e, depois de pouco tempo, foi promovido. Hoje, além de coordenar a base do clube, é o treinador do sub20.
“Quando parei de jogar, fiquei um pouco afastado do futebol. Comecei a trabalhar em uma área longe do esporte, fazia eventos e tinha atividades como pastor religioso. No ano passado, resolvi que era o momento de voltar ao futebol”, lembra.
este ano, a vida de Axel na Copa Kaiser não foi muito longa. O Vila Izabel foi eliminado no último domingo, após ser derrotado pelo Parque Maria Domitila por 1 a 0. O jogador não atuou, com uma lesão no joelho. No ano anterior, porém, chegou às quartas de final com o Santa Cruz do Jardim Sinhá.
“Eu nunca tinha jogado na várzea em São Paulo. Na Baixada, cheguei a jogar em dois clubes, antes de virar profissional. Mas quando parei, fui convidado para jogar na ADPM (clube da Polícia Militar, na zona norte de São Paulo). Lá, vários jogadores atuavam na Copa Kaiser e fizeram o convite. Resolvi aceitar. Até agora, o nível é muito bom. Principalmente a partir da segunda rodada, quando os campos começam a ficar melhores. Minha única sugestão seria melhorar os campos. Com isso o nível subiria muito”.
por:http://esporte.uol.com.br
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